Brasil foi um sucesso, menos dentro de campo, diz 'The New York Times'


O Brasil foi um sucesso, menos dentro do campo, diz "The New York Times". A reportagem publicada no site do jornal americano diz que a Copa foi bem organizada, apesar dos temores de que seria caótica, que o povo brasileiro foi hospitaleiro, mas que houve um contraste chocante entre a recepção do Brasil e seu desempenho em campo.

O "The New York Times" afirma que a esperança da Seleção Brasileira em conquistar o hexacampeonato terminou em humilhação, com a derrota de 7 a 1 para a Alemanha na semifinal. O texto diz, ainda assim, os brasileiros reagiram com bom humor com piadas do tipo: 'outro gol foi encontrado no cabelo do David Luiz', 'nem a Volkswagen poderia fazer tantos Gols em tão pouco tempo', ou ainda 'Messi não vai jogar no domingo porque está com problemas de estômago de tanto rir da derrota do Brasil.'

A derrota da Argentina para a Alemanha no domingo (13) foi alívio para a torcida brasileira, segundo a reportagem. Os brasileiros que estavam no Maracanã aplaudiram a anulação do gol da Agertina e se abraçaram quando o Götze marcou o gol da vitória alemã no final do segundo tempo da prorrogação.

"Estou muito feliz. Não queríamos que a Argentina levasse o título no Brasil. Teria sido uma vergonha nacional", disse Alex Domingues.

Brasil foi anfitrião perfeito, mas tem ainda pendências a resolver, diz 'The Guardian'


 jornal britânico “The Guardian” publicou um texto neste domingo descrevendo que a Copa do Mundo no Brasil mostrou que os brasileiros sabem ser um anfitrião perfeito, mas que o país ainda tem muitas pendências a serem resolvidas internamente, como o debate sobre o gasto com o Mundial e uma reforma na administração do futebol brasileiro.

A publicação cita uma frase de Dilma Rousseff, dizendo que o povo mostrou que sabe receber estrangeiros e que a infraestrutura funcionou com sucesso.

“Ela estava certa, o Brasil foi um anfitrião inebriante e acolhedor (...) mas a discussão sobre os US$ 13,5 bilhões de dinheiro público investidos no torneio vai continuar por muito tempo, mesmo depois que o circo da Fifa deixar a cidade, particularmente em locais como Manaus e Natal, onde estádios novinhos em folha não têm uso sustentável óbvio”, diz o texto .

O texto cita ainda que o acidente com um viaduto em Belo Horizonte, que matou duas pessoas, foi um “lembrete do custo humano que pode ter uma construção feita de última hora”.

Festa da torcida
Sobre os torcedores, o texto do Guardian afirma que várias cidades se tornaram um “caldeirão”, a exemplo das caravanas de argentinos que invadiram São Paulo e a orla de Copacabana, ou ainda colombianos, chilenos e outros sul-americanos que não se importavam em dormir na praia ou em bancos de concreto para torcer por sua seleção.

Sobre as manifestações registradas na Copa das Confederações, o “Guardian” diz que elas não ocorreram na Copa do Mundo porque “o povo decidiu curtir a festa”, mas também porque as áreas públicas foram invadidas por forças armadas para “suprimir os protestos”.

O objetivo [das manifestações], segundo o jornal, era referente à corrupção na política, níveis de investimento nos serviços públicos e qualidade na saúde e educação. “Mas agora, o desgosto também está ligado aos dirigentes esportivos do Brasil, e a esperança é que a derrota para a Alemanha seja um catalisador para essa mudança”.

A publicação finaliza o texto dizendo que o maior legado deste Mundial pode ter sido o questionamento feito ao poder da Fifa no futebol e demonstrado pelos brasileiros em pichações nas paredes dizendo “amo futebol, odeio a Fifa”. “Por isso, o Brasil merece agradecimentos eternos”.

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