Dinheiro da Globo socorre Atlético-PR e 'adia' possível exclusão de Curitiba da Copa


As cotas de transmissão da TV Globo para o Brasileiro ‘salvaram' o Atlético-PR e adiaram pelo menos até o próximo dia 18 de fevereiro uma decisão sobre a manutenção ou não da Arena da Baixada na Copa de 2014.

O clube vinha enfrentando dificuldade com a apresentação de novas garantias para o terceiro contrato de empréstimo de R$ 65 milhões com a Fomento Paraná, instituição financeira controlada pelo Governo estadual, e somente com o aval da emissora de televisão foi possível avançar nas discussões.

A equipe rubro-negra já havia adiantado R$ 26 milhões em dezembro, conseguindo o dinheiro com a reavaliação do CT do Caju em R$ 6 milhões e a avaliação do potencial construtivo do estádio em R$ 20 milhões. Faltavam os R$ 39 milhões liberados nesta terça-feira através do acordo com a Globo até 2018.
"O complemento do financiamento da Fomento teve que ser feito com as garantias de transmissão da Globo", explica o secretário municipal da Copa em Curitiba, Reginaldo Cordeiro, ao ESPN.com.br.

"Acredito que foram dois fatores que prejudicaram todo o andamento das obras. Primeiro, a gestão própria. Não se trata de uma grande empresa que pode colocar dinheiro na frente sem a garantia de que receberá de volta. E, segundo, o orçamento. Não temos certeza de que está fechado e precisamos saber o custo da obra", prossegue.

O presidente do Atlético-PR, Mario Celso Petraglia, havia prometido enviá-lo até a segunda-feira, mas até o fim da tarde desta terça-feira ainda não o havia feito. A princípio, o custo da obra é estimado em R$ 264,5 milhões, mas deve ser elevado. Ele será editado pela auditoria PricewaterhouseCoopers.

Em sua eleição, em dezembro de 2011, Petraglia havia prometido não comprometer nenhuma receita do futebol com a Arena da Baixada, porém, desde a crise, que teve como episódio marcante a reunião emergencial realizada durante o sorteio da Copa, na Costa do Sauípe, no mês passado, problemas financeiros vêm atingindo também o time. O Furacão foi superado pelo Flamengo na briga no mercado pelo argentino Lucas Mugni e ainda enfrenta entraves com salários atrasados.

A preocupação com o risco de ficar de fora do Mundial travou o dia-a-dia do clube e até mesmo um possível acerto em definitivo com Adriano Imperador terá de esperar.

Procurada pela reportagem do ESPN.com.br, a equipe preferiu não se manifestar.

Ao lado do governo municipal e estadual, o Atlético-PR havia estipulado o fim de fevereiro e 26 de março para a realização do primeiro evento teste e a inauguração oficial, respectivamente. Os prazos não serão mais cumpridos. O próprio secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, ressalta que, diante da situação, eles deixaram de ser importantes.

"Daqui até 18 de fevereiro, eles terão de decidir. A partir de hoje até essa data, é necessário que sejam feitas as obras que nos permitam confiar que é possível realizar a Copa do Mundo aqui. Como está hoje é um perigo. Não há uma data limite. Já não se fala mais nisso. Em 18 de fevereiro vamos ver o que está sendo feito. Depois temos de ver o que pode ser feito até a data mais afastada possível do dia 16 de junho", disse.

O secretário municipal da Copa na cidade, Reginaldo Cordeiro, admite o risco real de Curitiba ficar de fora da Copa do Mundo.

"É um risco real se continuar (como está). Só não vai ser real se mudarmos", diz.

"O Valcke foi muito firme em relação à preocupação dele e cumprimento do cronograma. Se seguir no ritmo que está, não termina. Um representante da Fifa veio ontem (terça-feira), aconteceram várias reuniões com prefeita, governador e equipes. Também com o presidente do Atlético-PR (Petraglia). Decidemos, então, pela criação desse comitê gestor composto pelas três partes. No dia 18 de fevereiro, teremos a vistoria técnica para decidir o nosso futuro", conclui.

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