'12 Anos de Escravidão' é o vencedor do Globo de Ouro de melhor filme


A tragicomédia 'Trapaça' marcou o ritmo na 71ª edição dos Globos de Ouro com três prêmios, apesar de seu principal rival, o drama sobre a escravidão '12 Anos de Escravidão', também com sete indicações, ter se destacado na festa como melhor filme de drama.

'Trapaça', dirigido por David O. Russell, levou os prêmios de melhor comédia ou musical, melhor atriz (Amy Adams) e melhor atriz coadjuvante (Jennifer Lawrence). Trata-se da segunda vitória para Lawrence após 'O Lado Bom da Vida', enquanto Adams ganhou pela primeira vez após cinco indicações.

'Russell é o homem mais brilhante que existe', afirmou Lawrence, de 23 anos, revelando que se interessou pelo trabalho do cineasta após vez 'Procurando Encrenca' (1996), uma de suas primeiras obras como diretor.

'David escreve papéis magníficos para mulheres', disse Adams, de 39 anos, eufórica após ter sido candidata anos atrás com 'O Mestre', 'O Lutador', 'Dúvida' e 'Encantada'.

O filme de Russell deixou espaço finalmente para '12 Anos de Escravidão', justamente quando parecia que este se tornaria o grande derrotado da feata.

'Quero agradecer a Brad Pitt', disse emocionado o diretor da fita, Steve McQueen, em alusão ao ator e produtor da obra. 'Sem ele, este filme jamais teria sido feito', acrescentou.

'12 Anos de Escravidão' se baseia na vida de uma figura real, Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor), um homem afro-americano livre que é sequestrado e forçado a viver como escravo, enquanto sofre com a crueldade de um feroz fazendeiro (Michael Fassbender).

O drama 'Clube de Comprar Dallas', de Jean-Marc Vallée, ganhou dois prêmios: para sua dupla de atores Matthew Mcconaughey e Jared Leto, enquanto a ficção científica 'Gravidade' deixou sua marca com a estatueta de melhor diretor para o mexicano Alfonso Cuarón, que saiu vitorioso em sua primeira indicação.

'Isto é para todos os que tornaram o filme possível', disse Cuarón. 'Embora acho que por causa de meu marcado sotaque, no final fizeram o que queriam e não o que eu pedia'. Parados os risos, também teve tempo para agradecer pelo trabalho de sua companheira protagonista, Sandra Bullock e a George Clooney.

'Sandra é a colaboradora mais genial, e George o tipo mais generoso', comentou o diretor de 52 anos.
Um dos grandes nomes da cerimônia foi o de Leonardo DiCaprio, com sua segunda vitória após nove indicações, neste caso como melhor ator de comédia ou musical por 'The Wolf of Wall Street', de Martin Scorsese.

'Nunca teria imaginado ganhar nesta categoria', confessou o ator, surpreso com a área na qual seu filme foi avaliado.

Além disso, Cate Blanchett cumpriu as previsões e levou para casa o troféu de melhor atriz de drama por 'Blue Jasmine', de Woody Allen.

'É impossível fazer um bom trabalho sem ter boa gente ao seu redor. E é incrível como Woody consegue fazer trabalhos excelentes de forma tão habitual', comentou Blanchett.


Allen foi homenageado com o prêmio Cecil B. DeMille em reconhecimento a sua carreira, estatueta recebida por sua musa Diane Keaton, que não duvidou em cantar para ele e venerar sua capacidade para criar personagens que entraram para a história do cinema.

'Woody é uma anomalia. Fez 74 filmes em 48 anos. Todos escritos por ele. Meu coração fica apertado ao me dar conta que o conheço há tanto tempo, mas também me enche de afeto e amor', disse.

Outros prêmios de destaque foram o de melhor roteiro para Spike Jonze por 'Ela'; melhor filme estrangeiro para o italiano 'A Grande Beleza'; melhor filme de animação para 'Frozen: Uma Aventura Congelante'; melhor trilha sonora para Alex Ebert por 'All is Lost'; e melhor canção para U2 por 'Ordinary Love', do filme 'Mandela: Long Walk to Freedom'.

TV
As obras para TV 'Breaking Bad', 'Behind The Candelabra' e 'Brooklyn Nine-Nine' foram os vencedores da 71ª edição dos Globos de Ouro, prêmios da Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA, na sigla em inglês), entregues na noite deste domingo em Los Angeles em cerimônia cheia de estrelas.

'Breaking Bad', a história de um professor de química que se transforma em bem-sucedido narcotraficante, se consagrou como melhor drama de 2013, ano no qual se despediu da audiência após cinco temporadas e entre grande expectativa.

Seu protagonista, Bryan Cranston, recebeu o prêmio de melhor ator de drama de TV, o primeiro de sua carreira, após vários Emmys por encarnar o personagem de Walter White.

A vitória de 'Breaking Bad' era mais do que previsível, o mesmo que a de 'Behind the Candelabra' como melhor filme para TV ou minissérie.

Sob a direção de Steven Soderbergh, 'Behind the Candelabra' adaptou para a televisão a vida do conhecido pianista de Las Vegas, Liberace, encarnado por Michael Douglas, com Matt Damon como seu companheiro.

Ambos disputaram a candidatura de melhor ator em filme ou minissérie de TV na qual finalmente venceu o veterano Douglas por, segundo suas próprias palavras, ter mais cenas que Damon no longa-metragem.
Menos esperada era uma vitória de 'Brooklyn Nine-Nine' como melhor comédia ou musical.

um prêmio que disputava 'Girls', 'The Big Bang Theory', 'Modern Family' e 'Parks and Recreations'.
'Brooklyn Nine-Nine', série de detetives nova-iorquinos, alcançou o máximo reconhecimento da telinha nos Globos de Ouro em sua primeira temporada.

Também estreante em indicações era o protagonista de 'Brooklyn Nine-Nine', Andy Samberg, que levou para casa o troféu de melhor ator de comédia ou musical de TV.

Os membros da HFPA reconheceram a aposta da plataforma de distribuição na internet Netflix com um de seus prêmios que foi para Robin Wright como melhor atriz de drama.

Wright fez a fria e calculista mulher do político interpretado por Kevin Spacey em 'House of Cards', apesar de não ter conseguido segurar a emoção quando subiu ao palco para receber seu prêmio, correndo com saltos e sem um discurso preparado.

Sua surpresa só foi superada pela britânica Jacqueline Bisset que tinha sido indicada aos Globos de Ouro pela quinta vez em sua longa carreira, embora nunca tivesse ganhado.

Sua primeira indicação remonta a 1968 por 'The Sweet Ride' e nesta ocasião disputava o título de melhor atriz coadjuvante de televisão por seu papel em 'Dancing on the Edge'.

Bisset quase não conseguiu falar, embora tenha recuperado a calma e acabou superando amplamente seu tempo para os agradecimentos.

O prêmio de melhor ator coadjuvante em série, minissérie ou filme para TV foi para o pai de Angelina Jolie, Jon Voight, que convenceu a HFPA com sua interpretação em 'Ray Donovan'.

Voight foi o único de todos os vencedores nas categorias de televisão que já tinha vencido nos Globos de Ouro. Voight tinha ganhado em 1970, 1979 e 1986, embora nos três casos por trabalhos cinematográficos.
Como melhor atriz em série, minissérie ou filme para TV foi escolhida Elisabeth Moss, por 'Top of the Lake'.

Amy Poehler - apresentadora da festa junto com sua amiga, a atriz, roteirista e produtora Tina Fey - teve também seu momento de glória ao conseguir o prêmio de melhor atriz de comédia ou musical de TV por 'Parks and Recreation'.


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